O poder em Portugal é exercido por "grupos de interesses"

O antigo ministro das Finanças afirmou esta tarde que "não são os eleitores quem escolhe" e que falta "responsabilização" à classe política.
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"A gente pensa que são os eleitores que escolhe, mas não são, são grupos de interesses. É assim em toda a parte, e em Portugal mais que noutros países", disse Silva Lopes numa homenagem ao economista João Ferreira de Amaral, perante uma audiência que incluía o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e o governador do banco de Portugal (BdP), Carlos Costa.

"A nossa organização política não é muito encorajadora", afirmou Silva Lopes, de 80 anos, que já foi também governador do Banco de Portugal. "Há o problema da justiça, dos grupos de interesses. Há um problema de falta de transparência do Estado. De falta de transparência e de responsabilização."

Silva Lopes exemplificou afirmando que "há dias, o Estado deu milhões a câmaras [municipais] que excederam os orçamentos, e não tivemos a lista de câmaras que o fizeram".

O economista escandaliza-se por "alguns presidentes dessas câmaras são agora candidatos de câmaras ao lado!".

Para Silva Lopes, "neste país não há responsabilização de quem não sabe gerir orçamentos".

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